Sunfish (&Other Stories at Green Lake) - Seleção Sundance Competição Dramática EUA
- Fernando Gomes
- 29 de jan.
- 2 min de leitura

Sierra Falconer entrega uma estreia diretorial sensível e charmosa sobre renovação. Acompanhamos quatro histórias distintas, apresentadas em capítulos, que são conectadas por sua ligação com o lago de uma pequena cidade.
A obra explora uma garota que é largada com os avós, um garoto em busca de sua posição como violinista principal, duas irmãs prestes a serem separadas e dois cidadãos locais em busca de um mistério. Todas essas histórias são conectadas por um corpo de água que, nos cinemas e na literatura, frequentemente representa renovação. Aqui, cada história distinta reflete um tipo diferente dessa renovação.
Em cada trecho, vemos o lago agir como catalisador de algo único: independência, felicidade, amor e inspiração. O lago eventualmente parece se tornar um personagem dentro do próprio filme, refletindo, tanto nos personagens quanto na audiência, os anseios e desejos de cada uma dessas pessoas.

A metáfora varia entre os episódios, mas a constante que permeia o filme é a necessidade de se aventurar no desconhecido. O lago é assustador, belo e misterioso e, assim como a vida, só pode ser explorado por aqueles dispostos a se arriscarem. Cada uma dessas histórias encontra sua resolução quando os personagens decidem interagir com o lago. Mesmo que nem todas as resoluções sejam positivas, a mensagem é a mesma: não há progresso sem risco.

Atuações sólidas e naturais auxiliam bastante o roteiro minimalista de Sunfish. A fotografia captura bem os momentos de intimidade, conseguindo também criar a sensação de nostalgia e veraneio que circundam o lago. Esses elementos, bem como a direção, mantêm o filme vivo, porque, mesmo que ele nunca se estenda mais do que o necessário, Sunfish vai progressivamente perdendo potência narrativa entre cada um dos capítulos apresentados.
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